A artista plástica Gaya Rachel leva sua série ‘Marajoara77’ para galeria do ICG Icaraí no dia 28 de novembro (quinta-feira), às 19h. A mostra reúne 16 gravuras e uma instalação que incentivam uma tradição centenária: a dos cronistas, pintores e exploradores que abordaram o Brasil dos índios e deram leitura a ele. A entrada é franca, com visitação até 30 de janeiro de 2020.
Co-vencedora do 6º Salão de Artes Visuais promovido pelo ICG e Aliança Francesa Niterói, Gaya encontrou próxima à casa de sua família, em São Paulo, uma árvore alta e escarificada por larvas de broca de madeira. E os rastros deixados no tronco são os caminhos que são apresentados nas obras. Em Marajoara77 a artista, que é formada em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ, sai do seu terreno habitual. Ela passa a se valer de uma matriz – a árvore – que já estava pronta para fazer impressões que remetem a mapas, trilhas, picadas de mato e solo arrasado pelo desmatamento e pelo garimpo.
Gaya explica que Marajoara77 é o nome de uma rua e ao mesmo tempo de um povo indígena, e com a mostra se conecta a fase mais recente e mais crítica desse tipo de produção. “Um outro exemplo é “Produto de genocídio”, de Paulo Nazareth, em que o artista mineiro elenca e expõe produtos alimentícios, de limpeza e uso doméstico em geral, cujas marcas têm nomes de etnias indígenas, majoritariamente, dizimadas”, conta a artista brasiliense, que atualmente mora em São Paulo. Como tantas outras árvores do nosso presente assolador, durante os preparativos para a exposição, a que deu origem a Marajoara77 também foi derrubada.